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  Crivella debaixo de fogo

Data: 22/10/2016

 

Por Ricardo Noblat (foto)

Caso Marcelo Crivella, candidato do PRB a prefeito do Rio de Janeiro, careça de boa munição para revidar os ataques dos seus adversários, atravessará os dias que restam até o domingo 30 de outubro sob o fogo pesado e capaz de subtrair-lhe a vitória que parecia tão certa no início da semana passada.

A mais recente edição da VEJA traz um petardo que custará votos a Crivella. Reportagem de cinco páginas conta que ele, em 18 de janeiro de 1990, foi preso por policiais da 9ª Delegacia de Polícia, do bairro do Catete, acusado de comandar um bando de homens que tentou retomar de invasores um terreno da Igreja Universal.

Mais do que a história em si, o que deverá causar maior impacto são as duas fotos de frente e de perfil de um Crivella jovem e no ato de ser fichado pela polícia. As fotos ocupam toda a capa da revista. É previsível que a capa seja mostrada no programa de televisão do candidato Marcelo Freixo (PSOL) e reproduzida em panfletos.

Um ano depois de ter sido preso, Crivella foi enviado pela Igreja Universal para viver como missionário na África. O inquérito policial  deu em nada e parece perdido nos desvãos de algum cartório. Até ontem, o caso jamais havia sido descoberto pela imprensa. Não se sabe se ela fazia parte de algum dossiê contra Crivella.

O candidato imagina que sim. A campanha de Pedro Paulo (PMDB) pesquisou a vida de Crivella à caça de fatos que pudessem ser usados contra ele num eventual segundo turno. Parte dos publicitários que trabalharam para Pedro Paulo, hoje, trabalha para Freixo. O comando do PMDB carioca prefere a vitória de Freixo à de Crivella.

Uma das acusações que pesam contra Crivella é a de que, se eleito, ele fará da prefeitura um ponto avançado da Universal. Crivella tem tentado se desvincular da Universal desde que inaugurou sua campanha. E, pelo menos de público, evita abordar assuntos que possam reforçar a sua imagem de político conservador.

Em particular, porém, não consegue disfarçar o que de fato pensa. Ontem, por exemplo, durante encontro com dirigentes dos principais clubes de futebol do Rio, Crivella foi o político religioso e conservador por excelência ao se comparar a Freixo. Disse coisas do tipo:

- Meus adversários pensam ensinar nossas crianças de seis anos de idade que não tem menino nem menina e que eles têm que experimentar para ver se são homem ou mulher.

- Meus adversários são favoráveis à escola sem partido. É isso o que eles querem. Com alunos de seis, oito, nove anos de idade, essas escolas vão ser visitadas por militantes políticos que vão falar sobre o ditador russo Josef Stalin, sobre China, sobre Cuba, sobre o ex-presidente cubano Fidel Castro.

O Globo



 

 

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