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  O REI ESTÁ NU

Data: 10/11/2015

 

 

O REI ESTÁ NU

Philippe Guédon

 

         Triste chegar ao fim da vida ativa, amando a existência, as pessoas, o país onde se vive e constatar que o presente lamentável apenas prenuncia futuro pior.

         O Poder Executivo Federal parece ter abdicado de sua função de governar; o pouco que é feito em Brasília tem a ver com a cozinha política do interesse exclusivo dos interessados. O povo, de quem emana todo o poder, que se frite.

         O Poder Legislativo vive paralisia semelhante, tentando salvar as cabeças de seus membros enrascados em operações. A população ganha o direito de assistir à entrevistas dirigidas a um público idiota (cito um dos mais sérios comentaristas de nossa TV); as cúpulas das duas Casas do Congresso devem priorizar o seu tempo a problemas de natureza pessoal sobre as angústias populares atuais.

         Os Estados, estas Unidades Federativas intermediárias, respiram por instrumentos e dependem da União. Já os Municípios, na base da pirâmide, apanham de todo lado, organizam-se mal e dispensam o que faz a sua força singular: pois é deles o poder local, a gestão participativa, a presença constante das pessoas ao seu lado.

         Negamos o planejamento, varremos para debaixo do tapete questões essenciais como a existência de dois regimes de previdência, um reservado para o povo e outro para os Filhos Privilegiados da República, este produzindo déficit ponderado muito acima do primeiro. Mas, caluda, não se deve dizer isto em nome do princípio que manda ao cabrito disciplinado não berrar.

         Puxando os cordões, temos o Cartel dos Partidos, que se auto-concedeu o monopólio da seleção dos candidatos a qualquer cargo público eletivo. E uma legislação partidária e eleitoral que, na minha modestíssima opinião, é um asco. Em 2016, vamos, mais uma vez, eleger candidatos municipais escolhidos em Brasília por dirigentes partidários segundo as regras estatutárias e costumes financeiros de cada partido sem controle prévio. Para mim, esta é a causa maior de nossos males, academicamente denunciada por cientistas políticos como Norberto Bobbio, e evidenciada na prática diária. A solução? Pois a mesma que é adotada por 93% das democracias do mundo, o acolhimento das candidaturas independentes (avulsas, sem partido), implodindo o asqueroso monopólio partidário, que fere o princípio fundamental de serem do povo os  representantes, e escolhidos através de eleições diretas. Pois sim.

         Para onde marchamos? Há algum ponto da rosa dos ventos que nos permita esperar seriedade no trato da coisa pública? Sim, há. Mas deverá partir da vontade do povo, da iniciativa popular, pois de Brasília, como se apresenta hoje, nada sairá que preste.

         O México, em 2014, resolveu adotar uma reforma política, e incluiu as candidaturas avulsas. Em 2015 elegeu um avulso como Governador de seu segundo mais importante Estado (Nuevo León): chama-se Jaime “El Bronco” Rodríguez. Por que se calou por aqui sobre o assunto?

 

         Por que Petrópolis não oferece esta bandeira ao Brasil, em nome da Constituição e da decência? A Frente Pró-Petrópolis já enveredou por aí. E busca bambas em redes sociais para ajudar. Topa? O e-mail é o dadosmunicipais@gmail.com.




 

 

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