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  Projeto Dentista do Bem já atendeu gratuitamente 120 jovens na cidade

Data: 03/12/2013

 

Cuidar do sorriso de alguém é uma missão gratificante por si só. Fazer isso de forma voluntária, resgatando a autoestima de crianças e de famílias inteiras, é ainda mais. É isso que afirmam os dentistas Gustavo Holderbaum e Fernanda Vasconcellos, coordenadores do projeto Dentista do Bem, que em Petrópolis já atendeu a mais de 120 jovens com a saúde bucal em risco.

O Dentista do Bem é projeto da oscip paulistana Turma do Bem, que pretende mudar a percepção da sociedade sobre a questão da saúde bucal e da classe odontológica, com relação ao impacto social dessa profissão. O objetivo deste projeto é oferecer tratamento odontológico a crianças e adolescentes de baixa renda, através de trabalho voluntário. São mais de 15 mil dentistas adeptos em todo o país, e aqui na cidade, quase 30, proporcionando, da ortodontia à cirurgia, todos os tipos de tratamento bucal que o jovem necessita mas não pode pagar.

A drª Fernanda Vasconcellos explica como tudo funciona: “Nós visitamos as escolas públicas, municipais e estaduais, e fazemos uma triagem de crianças e adolescentes entre os 11 e 17 anos. Montamos um relatório, que é enviado a São Paulo, para avaliação. Essa avaliação prioriza aqueles que apresentam problemas bucais mais graves, os mais pobres e os que são mais velhos e mais próximos de buscar o primeiro emprego. Eles são encaminhados aos dentistas voluntários e aí dão início ao tratamento”.

Esse tratamento é feito no próprio consultório do dentista e tem caráter curativo, preventivo e educativo. “Eles vêm, recebem os cuidados necessários e têm que voltar a cada seis meses, para avaliação, até que completem 18 anos. É um trabalho importante, porque muitas vezes um problema bucal em evidência como a falta de um dente ou um dente podre pode mudar completamente o comportamento do jovem, fazendo com que ele tenha vergonha de falar em público e de se relacionar”, disse Fernanda.

Verônica Moura, de 13 anos, foi uma das selecionadas pela triagem do bairro Retiro. Aluna da Escola Carlos Demiá, a tímida menina diz que não tem medo de dentista e enche de alegria a mãe, Vanessa, de 33 anos, ao receber um tratamento que não poderia ser custeado pela família. “Acho muito bom ela poder cuidar dos dentes, tanto que estou querendo cuidar dos meus também”. Para os coordenadores, esse é um dos grandes coringas da iniciativa: o cuidado da criança faz com que os familiares e os amigos mais próximos acabem se policiando também, e aí a rede do bem se torna infinita.

Além disso, há a preocupação em estimular mais atitudes das autoridades.“Nosso objetivo é impactar também as políticas públicas. Deveria haver kit de saúde bucal nos Postos de Saúde. Deveria haver escova e pasta de dente na cesta básica. Em muitas residências onde vivem cinco, seis pessoas, há apenas uma escova pra todo mundo, e essa situação é mais comum do que se pensa”, alertam.

Para Gustavo Holderbaum, a missão dos voluntários por aqui está apenas começando.“Estamos trabalhando para ampliar a rede e para que haja Dentistas do Bem espalhados por toda a região, Centro, Itaipava, Areal, Três Rios... quando mais colaboradores, mais triagens podem ser feitas e mais jovens são beneficiados”. A sociedade também pode colaborar. Por meio do site turmadobem.org, é possível verificar se o seu dentista é um dos adeptos e ajudar o projeto com doações em dinheiro, no custeio dos tratamentos que, segundo os dentistas, é de 100 reais por criança ao ano – uma forma de manter o projeto de pé e muitos sorrisos do bem abertos por aí.

 




 

 

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