Petrópolis, 28 de Março de 2024.
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  Moradores reclamam do procedimento de demolição de casas

Data: 19/11/2013

 

A Secretaria de Defesa Civil iniciou na última quinta-feira o programa de demolição de uma série de construções atingidas pelas chuvas de março, que causavam riscos aos moradores e vizinhança. A ação acontece sob a coordenação da Secretaria de Proteção e Defesa Civil, que já deu início ao programa no Quitandinha e no Bataillard e prevê ainda trabalhos no Alto Independência, Estrada da Saudade, São Sebastião e Valparaíso.

Três casas geminadas na Rua Piauí, no Quitandinha, com uma área total de 136,80 metros quadrados, e uma na Rua João Balter, no Bataillard, de 52 metros quadrados, já foram demolidas por uma empresa contratada pela Prefeitura. O diretor operacional da Secretaria de Proteção e Defesa Civil, Ramon Camilo, frisou que a ação é mais uma medida da Prefeitura para reduzir os riscos de desastres das chuvas em Petrópolis.

“A Defesa Civil realiza esse trabalho para tornar as comunidades mais seguras. As demolições têm um sentido de retirar a ameaça que essas construções representam para casas vizinhas. Os imóveis que vão ser demolidos têm estruturas abaladas e apresentam baixo padrão construtivo”, disse Ramon Camilo.

Apesar de todas as derrubadas terem sido formalmente autorizadas pelos proprietários e estes terem sido contemplados com o aluguel social, moradores comentaram com pesar a demolição.

O auxiliar de soldador Marcio Roberto de Almeida, de 41 anos,  contou que ontem terminaram os trabalhos de demolição de sua casa, na Rua Piauí. Com as chuvas de março, uma encosta que ficava atrás do terreno deslizou, oferecendo risco à casa de Márcio e às outras duas residências que dividiam o espaço, ocupadas pelas famílias da tia e da prima da esposa do auxiliar. “Logo depois das chuvas, a Defesa Civil veio e interditou tudo. Minha família e eu nos mudamos para uma outra casa nesta mesma rua, com cinco cômodos, como a minha, mas um pouco menor. Tive que deixar algumas coisas pessoais para trás, móveis, itens da construção que ainda estão bons, como portas, janelas, minha caixa d´água... acho o procedimento padrão um pouco brusco. É lógico que não queremos expor nossa família ao risco, mas eles chegam aqui já jogando o papel em cima de gente, pra ser assinado, sem um tempo, sem uma conversa com os moradores. Por exemplo: fiquei dois meses pagando do meu bolso o aluguel da casa em que estamos, até sair o aluguel social, e não fui ressarcido. Trabalhei dezesseis anos para comprar essa casa e em três dias ela foi ao chão. É difícil”.

O morador Cláudio Souza também sentiu falta de informações. “Derrubaram sim e acabaram com o risco, mas ainda não temos uma posição sobre nosso futuro”, comentou. 

Os recursos gastos no programa, cerca de R$ 386 mil, são do Ministério da Integração e fazem parte do total de R$ 8 milhões enviados pelo governo federal após as chuvas de março. De acordo com a Prefeitura, a verba foi utilizada para a desobstrução de vias e para o pagamento do aluguel social durante seis meses, para 500 famílias atingidas pelo desastre.




 

 

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