Petrópolis, 29 de Março de 2024.
Matérias >> Cidade >> Notícias
   
  Após morte, preocupação com escolas cresce

Data: 11/03/2012

  A morte súbita de uma menina de 10 anos de idade, no Colégio Bom Jesus, na última semana, levantou uma questão: que tipo de atendimento de saúde está sendo oferecido pelas instituições de ensino? Segundo o coordenador do Procon, Júlio Francisco Ramos, os colégios não são obrigados a manter postos de saúde ou enfermeiros em suas unidades, mas são responsáveis pelo socorro e assistência rápida aos estudantes. “É preciso prevalecer o bom senso. Contar com uma minifarmácia e uma pessoa que seja responsável pelo socorro aos alunos é uma responsabilidade da escola. Encaminhar o menor para uma unidade de saúde e comunicar aos pais qualquer situação adversa também são obrigações do colégio”, explicou o coordenador do Procon.

A equipe de reportagem da Tribuna pesquisou o atendimento de saúde oferecido aos estudantes em sete grandes instituições de ensino da rede privada, além de colégios da rede municipal e estadual de ensino. Nas escolas particulares, poucas mantêm enfermeiros e o recurso mais utilizado é o seguro saúde. Para os diretores das instituições, a medida é eficaz e dá garantias de bom atendimento aos alunos.
“O nosso seguro saúde tem uma cobertura completa, além disso estamos muito próximo do hospital conveniado, o que facilita na hora do socorro. A utilização do seguro é muito eficiente”, comentou o diretor do colégio São José, Mário Alexandre Mesquita. A coordenadora do colégio Alaor, Márcia Xavier, também elogia a eficiência do seguro saúde. “O recurso dá um suporte maior aos nossos estudantes. Eles têm atendimento imediato no hospital conveniado, o que nos deixa mais tranquilos”, ressaltou.
Além do seguro saúde, os kits de primeiro socorro e as fichas cadastrais dos alunos, onde são informados o quadro de saúde do estudante, são recursos utilizados por todas as escolas, inclusive na rede municipal e estadual. Segundo o diretor do Centro Educacional Maurício Barroso (Cemb), Ataualpa Antônio Pereira Filho, as fichas auxiliam na hora do atendimento. “Nelas estão as orientações que a escola deve ter quando o aluno sofre algum tipo de acidente. Além disso, também são informados os remédios que devem ser ministrados e para qual unidade de saúde o estudante deve ser levado. Temos sempre que ter todas as informações possíveis dos alunos”, frisou o diretor do Cemb.
Um recurso pouco utilizado e que foi encontrado apenas no Colégio Aplicação é a instalação de um departamento médico dentro da unidade escolar. Segundo o diretor da escola, Marcelo Fernandes, o posto conta sempre com uma enfermeira, além de um médico plantonista. “Sempre que há um acidente, o aluno é levado para o posto e recebe o pré-atendimento da enfermeira. Se a situação for mais grave, informamos imediatamente aos pais e levamos o aluno para o hospital conveniado ao nosso seguro de saúde, ou então para outra unidade recomendada pelos responsáveis. Esses recursos sempre funcionam e os alunos têm uma assistência de qualidade”, informou Marcelo.
Diferente das escolas privadas, as instituições da rede pública não contam com seguros e nem com departamentos de saúde, mas, de acordo com as secretarias de Educação da rede municipal e estadual, todas as unidades contam com kits de primeiros socorros e fichas com informações sobre os alunos. Além disso, os pais ou responsáveis pelo estudante são sempre comunicados sobre qualquer eventualidade. 
A questão da segurança das crianças tornou-se preocupação entre pais de alunos. Muitos têm procurado as escolas em que os filhos estudam para saber se a instituição está preparada para eventuais acidentes. A pedagoga Inês Gouveia revelou que a escola em que a filha de 9 anos estuda já organizou uma reunião de pais para que o assunto seja debatido. “A morte trágica dessa menina nos despertou um sentimento de tristeza, mas também serviu de alerta para analisarmos se as escolas em que nossos filhos estudam estão preparadas para lidar com esse tipo de situação. A escola em que a minha filha estuda fez uma reunião de pais para debatermos o assunto. Hoje, além dos kits de primeiros socorros, há a possibilidade de se contratar um técnico de enfermagem na escola, acredito que isso nos tranquilizaria mais”, analisou.
Nem todas as escolas têm a possibilidade de contratação de um profissional de saúde, porém, Elida Marcelane, mãe de Julia, de 8 anos, lembrou que cabe à escola aumentar a vigilância aos alunos. “A minha filha está na escola desde os dois anos de idade. E quando colocamos um filho no colégio nos preocupamos não só com o ensino, mas com o período que ele vai passar lá. Eu sei que a escola em que ela estuda há um kit de primeiros socorros, mas é necessário ter o monitoramento de um professor, principalmente no período de recreação, afinal de contas acidentes acontecem”, explicou.
A possibilidade de que o filho se acidente na escola nunca passou pela cabeça de Cláudia Rapozo, mas assim que soube da morte súbita da menina no colégio Bom Jesus já passou a se preocupar com o assunto. “Eu não sabia desse fato, mas é algo que me fez pensar. Eu mudei meu filho de escola preocupada com a questão de segurança, mas nunca havia pensando em questão de segurança física. É algo que eu irei procurar saber na próxima semana”, finaliza.

JANAINA DO CARMO
Redação Tribuna



 

 

DADOS MUNICIPAIS EQUIPEWEB DADOS MUNICIPAIS DADOS MUNICIPAIS