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  Chuva forte provoca mais um dia caótico na cidade

Data: 09/01/2020

 

Chuva forte provoca mais um dia caótico na cidade

A chuva forte que caiu em Petrópolis, na tarde de ontem, paralisou mais uma vez a cidade, a exemplo do que ocorrera na última segunda-feira. Os rios transbordaram, as principais ruas do Centro Histórico ficaram alagadas e lojas foram invadidas. No Bingen, uma das áreas mais atingidas, a inundação prejudicou os acessos ao Hospital Santa Teresa, na Rua Paulino Afonso. Na Rua Paulo Hervê, carros foram arrastados pela água. A água atingiu também a área industrial da GE-Celma. A enxurrada carregou o asfalto recentemente aplicado em ruas de vários bairros e distritos.


Água provoca prejuízos para lojas e indústrias e paralisa os transportes

A forte chuva de ontem provocou transbordamento de rios e inundação de ruas e empresas. A água chegou à oficina de reparo de turbinas da GE-Celma, no Bingen. Segundo a empresa, não houve funcionários feridos ou danos a equipamentos. A chuva provocou colapso no sistema de transportes coletivos, por causa do alagamento dos principais corredores de passagem dos ônibus. A água invadiu lojas e causou prejuízos em vários bairros.


Chuva deixa rastro de destruição e prejuízos

Luana Motta - Redação Tribuna de Petrópolis


A Defesa Civil foi mobilizada para atender 45 ocorrências, 33 dois quais deslizamentos de terra.

Em menos de duas horas de chuva forte, o 1º Distrito mais uma vez ficou debaixo d’água. Até às 17h, a Defesa Civil havia registrado 45 ocorrências, sendo 33 deslizamentos de terra. As localidades que foram mais atingidas foram o Bingen, Mosela e o Quitandinha. Carros foram arrastados nas ruas Bingen e Paulo Hervê. Duas pessoas ficaram presas em um veículo e precisaram ser resgatadas pelo Corpo de Bombeiros. A Rua Coronel Veiga também ficou alagada e veículos foram arrastados. No Quitandinha houve deslizamentos de terra em, pelo menos, três ruas. Até o fim da noite de ontem, não havia registro de vítimas.

Segundo a Defesa Civil, choveu cerca de 90 milímetros de chuva em menos de uma hora, um número quase nove vezes maior do que o esperado para o dia. Na Rua João Xavier, no Bingen, o pluviômetro registrou 96,4 milímetros de chuva em uma hora. No Dr. Thouzet, o acumulado chegou a 85 milímetros. Desde a primeira chuva forte na última segunda-feira, já somam 310 ocorrências registradas pela Defesa Civil ocasionadas pelas chuvas. O local onde há o maior registro acumulado de chuvas é a Rua 24 de Maio. Por volta de 15h de ontem, a Defesa Civil emitiu um boletim informando que em 96 horas o pluviômetro havia registrado 201.8 milímetros acumulados. Ainda com a previsão de chuvas fortes, e o alto acumulado registrado em várias localidades, nenhuma sirene foi acionada. O aviso de alerta da Defesa Civil com a previsão para as chuvas fortes foi enviado por volta de 15h, após uma hora do início do temporal. Moradores de localidades atingidas relataram a preocupação com o período de chuvas.

Na via principal que dá acesso ao Bingen, a correnteza formada pela chuva deixou um rastro de lama e lixo por toda extensão da Rua Bingen até a Rua Paulo Hervê, no Polo de Moda. Os locais mais atingidos pela chuva foram a Rua Bingen e Rua Paulino Afonso, no trecho em frente ao Hospital Santa Teresa. Pelo menos, quatro carros foram arrastados pela correnteza. Em um deles havia dois passageiros que foram resgatados pelo Corpo de Bombeiros, que utilizaram um bote para chegar às vítimas. Pessoas que estavam próximos ao local registraram o momento em que três carros foram arrastados para dentro do Rio Piabanha.

Os carros e motocicletas que estavam estacionados no trecho em frente ao número 130, na Rua Bingen, foram arrastados, muitos só não foram levados pela água porque ficaram presos a obstáculos. Na Rua Bingen, próximo à ponte que liga a Rua dos Expedicionários houve um deslizamento de terra. O trecho ficou em meia pista. Mas, o trecho mais atingido foi na Rua Paulo Hervê. Em vários trechos, o cenário era semelhante a um desastre. Veículos arrastados dentro do Rio Piabanha, as ruas com o pavimento destruído, lojistas removendo a lama e tentando salvar o que sobrou após o alagamento.

O empresário Rodnei Cailleaix, proprietário de uma hamburgueria e uma confecção de roupas calcula um prejuízo de mais de R$ 100 mil. A água subiu mais de 50 centímetros na hamburgueria que fica na Rua Paulo Hervê. A confecção que ficava nos fundos o prejuízo foi pior. A água subiu pela tubulação de esgoto e alagou toda a confecção. “Perdi tudo, as malhas do estoque, as peças que estavam prontas, maquinário. Não sobrou nada. Estou aqui há menos de um ano, nunca tinha visto algo desse tipo”, disse. Em 10 minutos perdi um patrimônio de 11 anos de trabalho”, lamentou.

Em frente ao estabelecimento do empresário, motoristas tentavam recuperar os veículos. Pelo menos cinco carros que foram arrastados pela correnteza. Dois foram parar dentro do rio, ficaram presos na ponte. Outros ficaram pelo caminho. Muitos carros só não foram levados pela água, porque ficaram presos em obstáculos.

O gerente geral do Hotel Ibis, Thiago Filippino, foi um dos que tiveram o veículo levado pela correnteza. Ele contou que o carro estava estacionado em frente ao hotel. Na chuva ele viu o veículo sendo levado pela água. “Eu vi momento, mas não pude fazer nada”, lamentou. O carro foi arrastado por mais de cem metros, só não foi adiante porque um homem morador próximo se mobilizou e amarrou alguns veículos a postes e obstáculos para que não seguissem na correnteza.


Carros arrastados no Centro e nos bairros

No Centro, o volume de água que veio do Rio Quitandinha alagou o Centro. Na Rua Coronel Veiga carros foram arrastados na altura da entrada da comunidade do Gulf. Na Rua do Imperador vários trechos ficaram interditados. Em frente ao número 971, no Cefet, o rio transbordou. O água chegou a subir até a metade da Rua Alencar Lima. Atrás da Praça Dom Pedro II, formou um bolsão d’água. Na Avenida Koeler em frente ao prédio da Prefeitura também ficou interditado por causa do alagamento.

Na Mosela também teve transbordamento do rio, e em vários trechos tiveram alagamentos. No Pedras Brancas a chuva arrastou grande parte da pavimentação. Em direção ao bairro, na Rua Montecaseros em frente a Choperia Gehren, ficou interditado enquanto durou o temporal. O Rio Piabanha transbordou e alagou todo o trecho.

“Eu estava na rua com meus dois filhos pequenos. Sai do Centro com o rio já cheio, quase transbordando. Não consegui passar pelas Duchas, porque já tinham carros voltando. Fiquei com medo, mas por sorte consegui passar pela Montecaseros e fiquei parada em um trecho mais alto, na altura da academia por quase duas horas. Pensei em tentar me abrigar na escola dos meus filhos que fica ali perto, mas nem isso consegui. Tive muito medo. Quando finalmente o trânsito andou, estava tudo destruído”, contou a motorista Bruna Lima.


Deslizamentos de terra no Quitandinha

A Defesa Civil registrou deslizamentos de terra nas ruas Veridiano Felix, na Estrada da Saudade, Alagoas, no Quitandinha, Carlos Frederico Keuper, na Mosela e Paulo Hervê no Bingen. Na região do Quitandinha, o Corpo de Bombeiros atendeu deslizamentos de terra também nas ruas Piauí e na Minas Gerais. Na Rua São Paulo também teve um deslizamento de terra que interditou a via.

Na Rua Minas Gerais, moradores denunciam que a sirene de alerta não soou. A moradora Michele Machado Wilbert, precisou deixar seu imóvel após um deslizamento de terra nos fundos da sua casa. Além dela, vizinhos de duas casas também tiveram que deixar suas casas por causa deste deslizamento. O trecho da Rua Minas Gerais onde ocorreu o deslizamento é um dos endereços que deveriam receber a obra de contenção do PAC das encostas. A obra no local está paralisada há mais de dois anos.

Segundo a Defesa Civil, o ponto de apoio do Amazonas, a Escola Municipal Stefan Zweig, foi aberto e 15 moradores de três famílias foram encaminhados para o local. Até o início da noite de ontem, três imóveis foram interditados pela Secretaria de Defesa Civil e Ações Voluntárias na região. Equipes da Secretaria de Assistência Social foram mobilizadas para o abrigo.



Fotos:
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Bombeiros usam bote para resgatar pessoas que ficaram presas na inundação, na frente do Hospital Santa Teresa
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Dezenas de linhas de ônibus tiveram viagens suspensas
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A água invadiu área da Celma onde há turbinas
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Dezenas de carros foram arrastados pela correnteza, em toda a cidade. No Bingen, ficaram presos em uma ponte.


 

 

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