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  Bebês em risco por infecção na UTI do HAC

Data: 18/10/2012

 

 

Três recém-nascidos internados na unidade têm infecção por VRE Foto de Roque Navarro

A Comissão de Combate à Infecção Hospitalar (CCIH) recomendou o fechamento da UTI-Neo Natal do Hospital Alcides Carneiro (HAC). A medida foi adotada após ser constatado um surto de uma bactéria resistente, iniciado em maio e que ainda não foi controlado. A bactéria chamada de VRE pode causar infecção hospitalar e pneumonia.

 

Segundo os funcionários, apesar dos riscos para os bebês prematuros, o setor não pode ser fechado por ser o único em todo o município que presta este tipo de atendimento pela rede pública de saúde. Além disso, a UTI também é referência para a rede privada. Hoje estão internados no setor 13 bebês – sendo que três estão colonizados (contaminados pela bactéria).

Segundo os funcionários, os bebês que apresentara a bactéria estão em isolamento. Entretanto, a equipe que cuida dos pacientes é a mesma que atende os bebês que não foram contaminados, medida considerada inadequada para o controle do surto. De acordo com informações, em maio, quando a bactéria foi detectada, houve a contratação de enfermeiras e técnicos para cuidar exclusivamente dos bebês que estavam em isolamento, porém, devido à falta de recursos, essa equipe foi reduzida.

“Existe no setor o isolamento físico, mas o profissional que cuida dos pacientes circula dos dois lados. Essa não é a forma adequada. Tínhamos essa divisão da equipe, mas o hospital está vivendo uma crise financeira que levou à redução dessa equipe”, disse um funcionário, acrescentando que o hospital não teve um apoio da Secretaria de Saúde para firmar um contrato com a rede estadual. “Se este apoio tivesse acontecido, os bebês teriam seriam transferidos para o Rio de Janeiro, pelo menos durante o período do surto. Como isso não aconteceu, as crianças continuam nascendo e isso está virando uma bola de neve. Sem dinheiro destinado para isto, não será possível controlar esse surto”.

Na semana passada, um bebê que estava internado na UTI faleceu. Segundo outro funcionário, não foi possível afirmar se a morte foi causada pela bactéria, pois a falta de um frasco de hemocultura impediu a coleta do material. “Só com este teste teríamos a certeza se o óbito foi causado pela bactéria. A situação financeira do hospital é bem crítica”.

Segundo informações, a bactéria pode ser encontrada em outras áreas do hospital, mas o risco maior é na UTI, devido à baixa imunidade dos bebês. Ainda de acordo com um funcionário, quando as crianças são liberadas não há nenhum risco de contaminação fora do hospital. “O risco acontece apenas dentro do hospital e para os pacientes com imunidade baixa”, disse.

 

 

 

Janaína do Carmo

Redação Tribuna




 

 

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