Abrindo a solenidade, a mestre de cerimônias, professora Lara Sayão, ressaltou os objetivos do evento. “Só conseguimos caminhar para o bem se dialogarmos, e hoje é uma tarde de diálogos. Precisamos mudar a lógica do consumo para a do cuidado com a natureza e com o outro”.
Em seguida, o frei franciscano Ludovico Garmus foi convidado para dar a palavra inicial e destacou a questão ambientalista. “Fui convidado a falar porque Francisco de Assis é considerado o padroeiro da ecologia. Nossa missão é, assim como cuidamos das nossas casas, cuidar do nosso planeta e deixá-lo para as futuras gerações. Daqui a pouco, vamos plantar uma árvore. Que muitas árvores ainda sejam plantadas!”
Após as falas iniciais, cada religioso discursou sobre a importância do cuidado com a natureza e do respeito ao próximo a partir da ótica de suas religiões. Participaram Nadime Tahir, da Associação Ahmadia do Islã no Brasil; Isaura Ahrt, da Federação Espírita; pastor Elton Pothin, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil; Pedro Antonio Pires Nogueira, da Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino; Luciana Bassous, da Fraternidade Cósmica Universal; Isaac Kayat, da Congregação Judaica P’Nei Or; e ministro Teodoro Gomes de Sousa Jr., da Igreja Messiânica Mundial do Brasil.
O diretor do Museu Imperial, Maurício Vicente Ferreira Jr., encerrou a cerimônia ressaltando a importância do encontro. “Aprendemos hoje que tolerância religiosa pode ser entendida de diversas formas: por um lado, respeitar ao próximo, mas também reverenciar a verdade desse próximo, aceitando as diferentes crenças e pensamentos”.
Ele lembrou ainda a relevância de se realizar o evento no Museu Imperial. “O patrono desta casa, d. Pedro II, deixou em seus registros mensagens de respeito ao próximo e às religiões. Ele próprio tinha contato direto com várias crenças, apesar de a religião oficial de Estado ser o Catolicismo”, disse.
Com a participação de todos os religiosos e das crianças presentes, foi então plantada uma Pataca, árvore representativa do Segundo Reinado. O ato simbólico foi uma forma de chamar a atenção para a necessidade de preservação da natureza. “Hoje, não estamos plantando uma árvore, mas sim uma ideia”, resumiu Lara Sayão.
Por último, foi inaugurada no jardim uma placa com a Oração Ambientalista, de autoria do petropolitano Sidônio Fernandes e chancelada pelo papa. Segundo Sidônio, a oração foi uma resposta à sua indignação com o desrespeito à natureza.
“Em 2008, vi uma matéria na televisão que dizia que a desmatamento das florestas nas regiões Norte e Centro Oeste do Brasil já chegava ao tamanho do estado do Rio de Janeiro. Nesse momento, pensei em escrever uma oração ambientalista e, no mesmo dia, enviei-a ao papa solicitando permissão para difundi-la. Pouco tempo depois, recebi uma resposta positiva”, contou.
Finalizando o evento, uma criança leu a oração e, em seguida, houve o descerramento da placa.
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