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  Bióloga cobra estudo de impacto ambiental

Data: 30/06/2011

Bióloga cobra estudo de impacto ambiental

 

            Em audiência pública que será realizada amanhã, para discutir a situação de moradores de áreas atingidas pelas chuvas na região do Vale do Cuiabá, a bióloga Paula Beatriz Pareto, que mora na região e desde 2004 vem denunciando crimes ambientais no Vale do Cuiabá, vai cobrar que o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) apresente o estudo de impacto ambiental que será causado pelos aterros que foram feitos em diferentes pontos do Rio Cuiabá, após a cheia de janeiro.
            “Se esses aterros às margens do rio estão sendo feitos pelo próprio Inea, eles precisam apresentar a sociedade petropolitana o estudo de impacto ambiental disso, não só sobre o Rio Cuiabá, mas ao longo de toda a bacia do rio. As toneladas de terra que estão colocando às margens do rio, além de contaminadas, vão assorear o rio quando chegar o período das chuvas de verão. Ela está solta, e vai descer. Além de colocar em risco as famílias que moram em áreas mais baixas do Vale do Cuiabá, como o Buraco do Sapo, por exemplo, esses aterros vão funcionar como um paredão, erguido em pontos que eram área de escape do Rio, o que vai aumentar a velocidade da água”, alerta a bióloga.

            A audiência pública convocada pelo bispo D. Filippo Santoro terá início às 9h, no salão nobre da Universidade Católica de Petrópolis (campus Benjamim Constant). O terceiro encontro convocado pelo líder da Igreja Católica tem o objetivo de cobrar das autoridades os compromissos assumidos em reuniões anteriores. 

            Um dos pontos destacados pela moradora de região e bióloga Paula são os aterros às margens do rio que corta a região. Um deles está em uma área próxima ao antigo ponto final, onde casas que ficavam mais de dois metros abaixo do nível da rua foram soterradas durante as chuvas do dia 12 de janeiro. “Durante a limpeza, as máquinas cobriram todas aquelas casas com a terra retirada do rio, colocaram tanta terra que o terreno ficou no mesmo nível da rua. O problema é que aquela terra está solta ali e vai descer quando as chuvas de verão chegarem. Pessoas vão morrer de novo por causa do descaso das autoridades. Outra questão que precisa ser considerada é que essa terra vai assorear de novo o rio e terá um impacto não só sobre o Rio Cuiabá, mas também sobre o Santo Antônio e o Piabanha. Isso vai impactar toda a bacia. O Inea precisa apresentar o estudo sobre este impacto. Muitos aterros estão sendo feitos no Cuiabá e, até onde eu sei, a legislação diz que aterrar a margem de rio é crime. Como pode então o Inea, que deveria fiscalizar, estar fazendo isso lá no Vale do Cuiabá?”, questiona Paula Pareto.

            Outro ponto que merece atenção na avaliação da moradora é a falta de fiscalização sobre movimentações de terras e necessidade de recomposição da vegetação nas encostas. “Tem que haver uma preocupação com o reflorestamento dessas áreas. Muitos pontos perderam a cobertura vegetal por conta das chuvas de janeiro. Deveria haver uma força tarefa para recompor essa área, do contrário, quando as chuvas de verão chegarem, a terra que desce das encostas vai assorear novamente o rio. Alguma providência deveria estar sendo tomada também quanto às movimentações de terra que estão sendo feitas lá e construções que estão sendo erguidas novamente em áreas de risco ”, alerta. A assessoria de imprensa do Inea colocou o órgão à disposição para prestar esclarecimentos.

 

Fonte: Tribuna de Petrópolis, 29 de junho de 2011

 




 

 

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